A resposta verdadeira é: ninguém sabe ao certo! O que se sabe é que o primeiro mealheiro descoberto foi encontrado em Priene (que hoje fica na Turquia), data do século II a.C. e tem a forma de uma miniatura de templo grego, com uma abertura na parte da frente para colocar moedas. Já os primeiros, em forma de porquinhos, são do século XII e foram descobertos na ilha de Java, na Indonésia. Na língua deste país o termo usado para este animal é “javali” e continua hoje a significar poupança.

É possível que depois tenham chegado à Europa e, a partir daí, sido adaptados e adotados. Acredita-se que a sua popularidade se expandiu a partir da Alemanha, onde se encontrou um porquinho mealheiro do século XIII. Nesse país, estes animais são, ainda hoje, um sinal de boa sorte. A mesma simbologia é partilhada pelos holandeses, que mantêm o hábito de oferecer um porquinho mealheiro como signo de prosperidade. Durante o Ano Novo, até se trocam uns bolos pequeninos de maçapão ou de chocolate conhecidos como “Porcos da Sorte”.

Mas estes animais também ocupam um lugar especial nos corações de outros povos. Por exemplo, quando a Irlanda atravessou o período da “Grande Fome” (1845-1849), os porcos eram chamados de o “cavalheiro que paga as contas”, porque criar e vender um era o principal meio para as famílias ganharem dinheiro suficiente para pagar as suas despesas.

Também para os chineses este animal é um símbolo de riqueza e prosperidade. Mais, acreditam que dar um mealheiro traz boa sorte e fortuna a quem o recebe. Além de que é visto como um presente prático, pois estimula a poupança e a responsabilidade financeira.

Também em Portugal há uma porquinha especial – e não, estamos a falar da Peppa. Aquela a que nos referimos fica na vila transmontana de Murça e é um ex-líbris nacional. Trata-se de uma escultura de origem celta – das mais bem conservadas que se conhece – e acredita-se que representa uma divindade com funções de proteção e de fertilidade. Ora é basicamente isto que nós pretendemos do nosso dinheiro: que esteja connosco para enfrentar os gastos do dia a dia, mas, sobretudo, que cresça e se multiplique por muitos e muitos anos!

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